É assim que me tenho auto denominado nos últimos tempos. Às vezes é frustrante ver o bem que a minha filha fica no colinho de toda a gente menos no meu. Porquê? Porque de mim, ela parece só querer uma coisa, LEITE!!
Às vezes também gostava de a embalar, acalmar, cantar para ela... Mas ela só sossega no meu colo depois de mamar. Até lá, abre a goela, esperneia, dá aos braços, puxa-me o cabelo... Mas é só a maneira de ela mostrar o quanto me adora! Ou pelo menos é nisso que eu acredito!
Não foi fácil tornar-me a Leitaria do Bairro para a minha filha. Nas aulas do curso pré parto, falaram-me bastante da amamentação e do quão difícil poderia ser mas eu acho que não prestei a devida atenção. Nessa altura só me interessavam contracções, respiração, fazer força... A única coisa que me parecia mesmo importante era trazer esta miúda ao mundo em segurança! Tudo o que vinha depois era secundário. Não podia estar mais enganada.
Assim que um bebé nasce a alimentação dele torna-se o mais importante e eu tinha decidido que queria amamentar mas não estava preparada para o que aí vinha.
Mal a Carlota nasceu, puseram-na logo a mamar! Foi impressionante como ela agarrou logo e sabia muito bem o que fazer. Não custou nada. Achei um amor! Não percebi qual era o drama.
Pois o drama veio logo no dia a seguir. Dei de mamar durante o dia, sempre que ela pedia. Não sei se era ela que estava a pegar mal, ou se as minhas mamocas não eram boas para o efeito, só sei que sentia dores horríveis, custava-me imenso, só pensava ‘quando é que isto acaba?’
Às tantas já chorava eu de dores, chorava ela de fome… Uma enfermeira veio ao meu quarto e acabou com aquele cenário deprimente. Deu-me um biberão para a alimentar e disse ‘sempre que precisar é só carregar no botão e pedir.’ OH! MARAVILHA! Assim passei a minha estadia na maternidade. A Carlota tinha fome e eu carregava no botão e lá vinha um biberão pronto para ela.
Ao terceiro dia fui para casa e passei na farmácia a comprar o leite em pó. Adoptámos a rotina de esterilizar biberões, doses, tetinas e afins. Ela cada vez tinha mais cólicas, chorava, berrava e eu comecei a sentir-me desesperada e frustrada por não conseguir amamentar a minha filha que era algo que eu queria mesmo muito. Entretanto deu-se a subida do leite, as hormonas ‘onfire’, os primeiros dias em casa com ela… Foi tudo uma loucura!
Num belo dia fomos ao centro de saúde pois ela tinha que fazer o teste do pezinho e aproveitei para falar com as enfermeiras sobre a amamentação. Elas deram-me uma mega injecção de motivação! Durante uma hora explicaram-me os benefícios para a Carlota e para mim. O bom que era, que sim, é preciso muita paciência, que sim, dói horrores na primeira semana, etc. Mas que se conseguisse ultrapassar isso depois ia correr bem.
Enchi-me de coragem e jurei a mim mesma não dar nem mais um biberão à Carlota! (a não ser que fosse preciso, claro) E assim foi. Desde então ela está exclusivamente a leite materno e a crescer a olhos vistos! Foi assim que me tornei a Leitaria do Bairro para a minha filha!
A verdade é que já não me custa nada dar de mamar! A sério! Valeu mesmo a pena e estou super contente por não ter desistido.
Os produtos que mais me ajudaram:
Pomada Purelan 100 da Medela
Conchas de recolha de leite Medela
Discos de amamentação Avent
Bomba extractora de leite eléctrica Medela Swing
Nota: Apesar da minha decisão ter sido esta, respeito a 100% mães que decidam de outra forma. Não sou nenhuma extremista da amamentação! :)