terça-feira, 30 de junho de 2015

Leitaria do Bairro


É assim que me tenho auto denominado nos últimos tempos. Às vezes é frustrante ver o bem que a minha filha fica no colinho de toda a gente menos no meu. Porquê? Porque de mim, ela parece só querer uma coisa, LEITE!!

Às vezes também gostava de a embalar, acalmar, cantar para ela... Mas ela só sossega no meu colo depois de mamar. Até lá, abre a goela, esperneia, dá aos braços, puxa-me o cabelo... Mas é só a maneira de ela mostrar o quanto me adora! Ou pelo menos é nisso que eu acredito!

Não foi fácil tornar-me a Leitaria do Bairro para a minha filha. Nas aulas do curso pré parto, falaram-me bastante da amamentação e do quão difícil poderia ser mas eu acho que não prestei a devida atenção. Nessa altura só me interessavam contracções, respiração, fazer força... A única coisa que me parecia mesmo importante era trazer esta miúda ao mundo em segurança! Tudo o que vinha depois era secundário. Não podia estar mais enganada.

Assim que um bebé nasce a alimentação dele torna-se o mais importante e eu tinha decidido que queria amamentar mas não estava preparada para o que aí vinha.

Mal a Carlota nasceu, puseram-na logo a mamar! Foi impressionante como ela agarrou logo e sabia muito bem o que fazer. Não custou nada. Achei um amor! Não percebi qual era o drama.

Pois o drama veio logo no dia a seguir. Dei de mamar durante o dia, sempre que ela pedia. Não sei se era ela que estava a pegar mal, ou se as minhas mamocas não eram boas para o efeito, só sei que sentia dores horríveis, custava-me imenso, só pensava ‘quando é que isto acaba?’

Às tantas já chorava eu de dores, chorava ela de fome… Uma enfermeira veio ao meu quarto e acabou com aquele cenário deprimente. Deu-me um biberão para a alimentar e disse ‘sempre que precisar é só carregar no botão e pedir.’ OH! MARAVILHA! Assim passei a minha estadia na maternidade. A Carlota tinha fome e eu carregava no botão e lá vinha um biberão pronto para ela.

Ao terceiro dia fui para casa e passei na farmácia a comprar o leite em pó. Adoptámos a rotina de esterilizar biberões, doses, tetinas e afins. Ela cada vez tinha mais cólicas, chorava, berrava e eu comecei a sentir-me desesperada e frustrada por não conseguir amamentar a minha filha que era algo que eu queria mesmo muito. Entretanto deu-se a subida do leite, as hormonas ‘onfire’, os primeiros dias em casa com ela… Foi tudo uma loucura!

Num belo dia fomos ao centro de saúde pois ela tinha que fazer o teste do pezinho e aproveitei para falar com as enfermeiras sobre a amamentação. Elas deram-me uma mega injecção de motivação! Durante uma hora explicaram-me os benefícios para a Carlota e para mim. O bom que era, que sim, é preciso muita paciência, que sim, dói horrores na primeira semana, etc. Mas que se conseguisse ultrapassar isso depois ia correr bem.

Enchi-me de coragem e jurei a mim mesma não dar nem mais um biberão à Carlota! (a não ser que fosse preciso, claro) E assim foi. Desde então ela está exclusivamente a leite materno e a crescer a olhos vistos! Foi assim que me tornei a Leitaria do Bairro para a minha filha! 

A verdade é que já não me custa nada dar de mamar! A sério! Valeu mesmo a pena e estou super contente por não ter desistido.

Os produtos que mais me ajudaram:


Pomada Purelan 100 da Medela


Conchas de recolha de leite Medela


Discos de amamentação Avent


Bomba extractora de leite eléctrica Medela Swing

Nota: Apesar da minha decisão ter sido esta, respeito a 100% mães que decidam de outra forma. Não sou nenhuma extremista da amamentação! :)


segunda-feira, 29 de junho de 2015

E as noites?

À medida que a nossa barriga vai crescendo começamos a imaginar como será o nosso filho ou filha. Se terá muito cabelo ou não, se terá os olhos claros ou escuros, se vai ter o nariz da mãe ou do pai... A única coisa de que eu não tinha dúvidas é de que ela ia ser um bebé muito calmo. 

Eu sou calma e o meu marido também. Vivemos num ambiente de paz, tranquilidade, sem excitamentos. Aliás, vivemos numa aldeia onde só se ouvem abelhas, galinhas e sapos. 

Era impossível que a nossa filha fosse daqueles bebés que fazem birras e choram e têm cólicas e fazem cocó para cima das mães, etc, Não. Isso são os bebés dos outros. Bebé nosso vai ser limpo, sereno, sempre de coeiro, bem cheiroso e penteado.

Pois não podíamos estar mais errados! Bem cheirosa ela está sempre. Sempre que chora a noite toda com cólicas, sempre que berra porque quer mamar de duas em duas horas, sempre que esperneia quando lhe mudo a fralda... É uma autêntica peste!! Só quando temos visitas é que se faz de sonsa e finge que dorme. Toda a gente nos diz "O quê?? Ela é super calminha... não sei do que se queixam..." É UMA SONSA, A MINHA FILHA! Mas é tão querida!! Mesmo com a birra... Vejam lá se não é verdade! 



Camisola, Tapa Fraldas e botinhas Babykit

Tão pequenina que ela era aqui! As birras são as mesmas... apenas vêm de um corpo com mais refegos e uma voz mais potente!! Eu até podia pôr aqui um vídeo mas sei que muitos de vocês lêem os blogs no local de trabalho e depois era chato.

O que vale é que a minha mãezinha garantiu-me que estas coisas passam e depois já nem nos lembramos... Caso contrário não estava a ver como é que alguém tinha a coragem de repetir esta (exaustiva) experiência!! Bom, assim que me esquecer estou pronta para outra ou outro!

Quanto a cólicas o que nos ajudou bastante foram as gotas Infacalm. E ter mais cuidado com a minha alimentação visto ela estar exclusivamente a leite materno!

domingo, 28 de junho de 2015

Vamos Lá Falar De Coisas Dolorosas (Mas Maravilhosas)

Assim que sabemos que estamos grávidas é inevitável pensar no parto. Principalmente para quem é mãe de primeira viagem (aprendi esta expressão nos foruns e páginas de mães) que não faz a mínima ideia do que é uma contracção! Por várias vezes fui à maternidade e era só um falso alarme.

Meninas, acreditem que quando estiverem em trabalho de parto… vão perceber!!!  J

Ora bem o Hospital escolhido para o nascimento da nossa boneca foi o Hospital de Cascais. Já tinha ouvido e lido coisas muito positivas sobre esta maternidade e visto que o seguro de saúde não cobria partos, a escolha foi fácil! É o da nossa residência e tudo. Maravilha!

Pois que já eu tinha passado das 39 semanas e a Carlota continuava bem instalada na minha barriga. O nosso médico chegou a passar uma carta resumindo o meu estado clínico e a sugerir indução do parto assim que o Hospital entendesse.

No Hospital de Cascais só se fazem induções de parto a partir das 41 semanas. Até lá, aguentem-se!!
No dia 14 de Maio, estava eu de 39 semanas e 4 dias comecei a sentir contracções à noite. Contei o tempo de intervalo entre elas e já havia uma certa regularidade… 10 em 10 minutos, 7 em 7… Mas como já tinha ido várias vezes em vão para o hospital decidi não fazer grande alarmismo à volta disso… O meu marido às 05h00 pôs um fim à minha teimosia e lá fomos nós.

Como era de esperar, falso alarme. Vim para casa às 07h00. Fiquei por casa o dia todo, sempre com contracções e a tornarem-se mais dolorosas. Às 16h30 rebentaram-me as águas!! Mesmo à filme, eu só me ria! Já tinhamos tudo preparado por isso foi só metermo-nos no carro e seguir para o hospital. Lá entrei eu a tentar segurar uma toalha entre as pernas e triagem comigo!! A enfermeira que me atendeu devia ser irmã de Lucifer. Fez-me o toque, refilou comigo que eu estava a ser maricas, foi antipática até dizer chega! Fui admitida.

Próximo passo: CTG. Estive uma hora a fazer o CTG cheia de dores mas não queria que as outras mães percebessem e por isso tentava controlar o histerismo.

Vieram buscar-me para me levarem para o bloco de partos. Lá fui eu, pelo meu próprio pé a verter água como se não houvesse amanhã. “Se calhar depois é melhor passar aqui uma esfregona.” Sim, eu disse isto à enfermeira que me acompanhava.

No bloco, pude tomar um duche antes, relaxar e só depois veio a enfermeira colocar-me o soro. Entretanto lá mandaram entrar o meu marido que me viu descer aos infernos e voltar. Estou a brincar, não custa nada! Cof cof… Doeu. Doeu muito mas só até levar a epidural. A partir daí é tudo bem mais fácil. Fiz força umas quatro ou 5 vezes e estava despachada! Houve ainda corte e costura mas tudo pacífico. O marido não assistiu ao parto, por opção nossa, mas entrou logo mal ela estava composta!

Assim que ela nasceu foi colocada ao meu colo, ainda nua.. Pele com pele e foi mágico! Não chorei mas fiquei de boca aberta a olhar para ela. Coisa mais querida da mãe. (Mal sabia eu as noites em branco que aí vinham!!) As lágrimas, essas sim, vieram-me aos olhos assim que o meu marido pegou nela.

A Carlota nasceu dia 15 de Maio às 21:20 com 2,945kg no Hospital de Cascais do qual só tenho a dizer bem. Equipa 5 estrelas, excelentes condições… Não podia ter corrido melhor! 

Agora tenho toda uma vida pela frente com ela! <3 <3 <3



sábado, 27 de junho de 2015

Filha da Mãe

Filha da Mãe sou eu, é a minha filha, são vocês. Decidi arrancar com este blog para imortalizar (adoro esta expressão) a melhor e mais intensa fase da minha vida.

Como dizem 'quem não arrisca, não petisca' e eu decididamente arrisquei e estou a petiscar! (vamos ver por quanto tempo)

Resumidamente, quem sou, por onde andei e o que me deu na cabeça?
Chamo-me Marta, tenho 30 anos, sou licenciada em Comunicação Empresarial, casada desde 2011 e com uma filha de um mês e meio.

Acabei o meu curso e comecei a estagiar no Dptº de Marketing de uma multinacional com uma gestão totalmente familiar. O ambiente informal e próximo (juntamente com algum mérito da minha parte!!) permitiu-me crescer dentro do Deptº e em 2 ou 3 anos acabei por ficar responsável do mesmo. Trabalhei nessa empresa durante 7 anos. 7 anos muito intensos, dinâmicos, trabalhosos, duros, divertidos... Dediquei-me de corpo e alma ao meu emprego. Respirava o ADN da empresa, dava sempre o meu melhor.
Em determinada altura senti que estava a colocar o meu emprego à frente de tudo e todos e estava a deixar para trás a minha vida pessoal, a minha família e até o meu ser.

O projecto de vida de iniciar uma família tardava em acontecer e cada vez mais estava convencida que era devido ao ritmo e stress que levava. Tive que tomar uma decisão.

Numa altura em que só se fala de crise e desemprego eu decidi abdicar de um emprego estável, com um bom ordenado e a fazer o que mais gostava. Tudo em prol de uma perspectiva de um futuro melhor.

Então mas que raios ia eu fazer?? Não me candidatei a nenhuma outra empresa pois sabia que ia entrar no mesmo ciclo se o fizesse. Decidi trabalhar por conta própria naquilo que mais gosto de fazer, organização de eventos.

E assim foi, no Verão passado, juntamente com o meu marido, tomei esta decisão, comuniquei à direcção da empresa e no dia 31 de Outubro estava a vir embora daquela que era sem dúvida a minha segunda casa.

Criei a minha empresa de organização de eventos (empresariais e particulares) e comecei a trabalhar nessa área.

Estava tudo bem encaminhado, certo? Pois mas tive uma 'pequena'/'grande' surpresa pelo caminho! Despedi-me da empresa no início de Agosto e no em meados de Setembro, TCHARAAN, descubro que estou grávida!

Alegria enorme! Bebé mais que desejado e esperado. Uma verdadeira benção! Parecia que Deus me tinha dito algo do género 'Até que enfim que percebeste que tinhas que abrandar para poder receber um filho'.

As coisas não acontecem por acaso. Não estou NADA arrependida da minha decisão e este blog vai servir para partilhar todo este novo percurso. O novo projecto profissional e o novo elemento da nossa família, a minha querida filha Carlota que faz tudo valer a pena!





Espero que gostem!
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