terça-feira, 19 de setembro de 2017

Fim-de-semana romântico

No fim-de-semana passado fizemos 6 anos de casados. Nem parece assim tanto mas a verdade é que estamos juntos há 14 anos! Já passámos por muita coisa e sabemos que mais há-de vir.
Sempre viajámos imenso. Aliás, fazíamos sempre uma viagem por ano! Começámos por umas escapadelas pela Europa, passámos a fazer férias de "relax" pelas Caraíbas e América do sul até que nos apaixonámos perdidamente pelo Sudeste Asiático. Tailândia, Indonésia, Singapura... depois vieram os filhos. Sei que há muito boa gente a fazer estas viagens com crianças pequenas mas nós ainda não nos arriscámos. Primeiro por questões de saúde e segurança, morro de medo que algum me adoeça por lá. Depois porque acho que não ia desfrutar nada da viagem... (já agora se quiserem deixar testemunhos agradeço). Às vezes nem uns dias no Algarve com eles aguento, quanto mais fazer umas 20 horas de avião...
Ou seja, os nossos passeios românticos ficaram completamente a ganhar pó na prateleira. Hoje em dia parece que vivemos um bocado em piloto automático com a rotina de filhos, super mercados, trabalhos, etc. Mas temos a perfeita noção de que precisamos de tempo para nós, só para nós. Nós os dois somos os pilares da nossa família e só aguentamos se estivermos fortes e lado a lado. 
Decidimos, então, ir festejar os nossos anos de casados só os dois. Quando eu concordei com essa ideia faltava mais de um mês para o fim-de-semana por isso foi fácil dizer que deixava cá os meus dois bebés na boa... o tempo passou a voar (como sempre) e quando dei por mim já estava a dar-lhes beijinhos na cabeça e a dizer "a mãe já vem. Love you."
Lá fomos nós. Eu não fazia ideia para onde ir já que foi surpresa mas fiquei suuuper contente assim que cheguei ao Nau de Montargil. Ficámos numa vila com piscina privada e uma vista espectacular para a barragem. Passei o fim-de-semana todo ao sol, a ler, a beber champanhe (parte boa de já não amamentar)... Não podia ter sido melhor. Foi tão mas tão bom estarmos só os dois, em silêncio, sem horários... 
Só tenho mesmo a agradecer por estes dias maravilhosos!


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

2 filhos. O primeiro balanço.

Quando descobri que estava outra vez à espera de bebé, para além de ter ficado imensamente feliz, fiquei igualmente em pânico. Com uma filha ainda tão pequena e com uma personalidade tão vincada como ia ser a nossa vida com mais um bebé? Mais noites mal dormidas, mais cólicas, mais fraldas, mais birras... sem falar em mais uma mensalidade de escola, mais um seguro de saúde, mais despesas.

A gravidez passou a voar e foi bastante mais difícil que a primeira. Tive imensos percalços pelo caminho e um cansaço enorme por ter já a Carlota.
O António nasceu.
O António nasceu e não sei como nasceu toda uma nova mãe em mim. Muito mais segura, muito mais confiante e, sem dúvida, muito mais resistente. Da primeira vez vivia tudo ao máximo e lavava tudo a peito. As opiniões alheias dominavam a minha mente mesmo que eu não o admitisse. O choro da Carlota levava-me ao desespero pois não acreditava que um bebé pudesse chorar tanto por ter apenas sono, por exemplo. Quando saìa de casa com ela levava o mundo atrás. Mudas de roupa, mantas, casaquinhos, fraldas, toalhitas, brinquedos, gorros, meias... pensava demasiado, programava demasiado exigia demais de mim.
Vivia sempre com um nó na garganta com medo de falhar na mais ínfima coisa.

O António nasceu e eu mudei radicalmente. Não fiz por isso. Aconteceu naturalmente. Tive mesmo que relativizar. O choro dele já não me aflige pois sei que ele está bem. Tem apenas sono, fome, frio/calor... ou precisa de colinho. O facto de eu estar calma também o acalma. Quando saímos de casa levo apenas as fraldas, as toalhitas e o leite. Tranquilo. 

Durmo bem. Ele dorme bem. Se ele precisar de vir para a nossa cama pode vir. Isso não o vai estragar, não me vai estragar. Está tudo bem.

Mesmo com a Carlota aprendi a ficar mais calma. Não levo tanto a peito as birras, os gritos, o choro. Sei que ela está bem. Está só chateada e é assim que nos diz. 

Atrevo-me a dizer que está a ser mais fácil ter dois filhos do que apenas um. Já não canalizo toda a minha energia em ser mãe da Carlota mas sim distribuo-a pela Carlota, pelo António e consequente por mim, pelo meu marido, amigos e família. De repente aprendi a chegar a mais lados ao mesmo tempo e a sentir-me mais calma, mais confiante, mais tranquila.

Por isso, quem está a pensar em ir ao segundo, ou quem já está quase lá, vai correr tudo bem. É tão, mas tão melhor ter mais do que um! <3

domingo, 10 de setembro de 2017

De coração partido com isto

É de coração partido que escrevo este post. O tema da amamentação sempre teve uma enorme importância para mim. Há tantas mães que optam por nem sequer amamentar mas eu sou daquelas que faz questão de o fazer.

Mas o destino trocou-me as voltas. Não é sempre assim?

Quando o António nasceu eu já sabia que ia querer amamentar e já sabia as dificuldades pelas quais ia passar. Subida do leite, dores, gretas, etc. Estava decidida a passar por tudo isso outra vez. E passei. Ia tudo correndo bem até que não...

Na consulta dos dois meses, a pediatra do António disse-nos que ele não estava a aumentar de peso como devia ser. Para mim, aquilo foi um balde água fria mas pensei "ok. Vamos lá a isso. Que alimentos são melhores para eu comer e ter mais e melhor leite." Mas nem tive oportunidade de abrir a boca. Ela disse que íamos começar com o suplemento e pronto. Saí da consulta triste e desiludida. Amamentei a Carlota durante quase um ano. Nunca precisou de leite artificial para nada. Sempre cresceu bem e de forma saudável.

Porque é que o meu corpo me estava a fazer isto? Porque é que já não era o suficiente para o António?

Comecei a dar o suplemento convencida de que era temporário e ao mesmo tempo fui falando com CAMs, fui tirando leite com a bomba, bebia litros e litros de água. Fiz de tudo.
O António nunca mamou muito bem. Nunca fez bem a pega. Eu dava de mamar e depois dava 30 ml de suplemento. Ele começou a querer mais e mais. De 30 passou para 60/70... depois para 90... depois 120 ml... Claro que agora já nem quer mamar... Dá um ou dois puxões, eu vejo o leite na boca dele mas rapidamente fica todo nervoso e ansioso a querer o biberon. E eu dou. 

Não mamou nem três meses e eu fico mesmo desiludida comigo, com a médica, com o mundo. Não percebo como pode correr tão bem num primeiro filho e tão mal num segundo. Tenho a perfeita noção de que ele está a crescer mas sem as imunidades que a irmã teve. 
Tem a parte boa que é poder deixá-lo com alguém quando preciso de sair ou poder beber café ou um copo de vinho de que já tinha tantas saudades. 

Mas nada disso se compara ao bom que é amamentar. Isto parte-me o coração. Mesmo. Já nem sei se fiz tudo o que estava ao meu alcance mas a verdade é que também perdi a força e a vontade para continuar a tentar. Vou ter que baixar os braços e desistir desta luta.

Desculpa, António. <3
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