sábado, 30 de dezembro de 2017

Desabafo de fim de ano

No dia 31 de Dezembro de 2015 estava eu numa igreja a pedir a Deus que me desse muita paciência para a minha filha de 7 meses. É engraçado ver como em dois anos nada mudou. Continuo a pedir a Deus exactamente a mesma coisa ano após ano. Saúde, protecção e paciência, muita paciência. A minha filha agora tem dois anos e sete meses. Mas à equação juntou-se um bebé de 6 meses que apesar se ser um santo no geral, veio agitar as coisas cá em casa.

Há uns tempos vi uma imagem de um veterinário com o braço enfiado no rabo de uma vaca ou de um elefante, não me lembro muito bem. E dizia qualquer coisa sobre aquele ser o trabalho mais difícil do mundo. Ora a não ser que o elefante repita o nome dele 600 vezes ao dia, ou faça uma cena num almoço com os avós, ou grite e esperneie à mínima coisa... não percebo como pode ser esse o trabalho mais difícil do mundo. Ser mãe é o mais difícil de todos, sim. Ou melhor, ser Mãe com "M" maiúsculo. Não basta trazer ao mundo. Há que os guiar no crescimento e caminhada por esse mundo. Até porque há tantas Mães que não os trouxeram ao mundo mas que os guiam de uma forma extraordinária. 

Pois eu sinto muitas vezes que estou a falhar redondamente. Há momentos em que o meu sentimento de frustração e impotência parece ser maior do que o amor pelos meus filhos. Claro que os amo mais que tudo mas há dias, há noites, em que a coisa que mais desejo são minutos de silêncio. Há alturas em que fico tão enervada que acho que vou explodir. Tem sido tão difícil, tão duro. Vejo blogs e blogs de famílias com fotografias lindas, todos a condizer, de sorrisos rasgados, crianças angelicais. Será que é mesmo assim naquelas casas? Será que só a minha casa é que parece que vai abaixo assim que o sol se põe? Onde é que errei?

A Carlota desafia-me cada vez mais e não percebo se é uma chamada de atenção, se são ciúmes tardios do irmão, se é da idade, se está mimada demais.. ou se é tudo junto! Tenho tentado fazer programas com ela, dar-lhe mais atenção, mimo... mas não está a fazer grande efeito. As birras continuam. As cenas. Todos os dias há qualquer coisa. É desgastante. 

Mais uma vez chego ao fim do ano exausta, a duvidar das minhas capacidades como mãe, aterrorizada com o futuro. Com o coração a transbordar de amor, sim. Mas assustada com esta fase, se é que é uma fase.
"Meu Deus, dai-nos saúde, protecção e paciência."

terça-feira, 28 de novembro de 2017

"Eu não fui mesmo feita para esta merda"

E aqueles momentos em que pensamos (e às vezes verbalizamos) "eu não fui mesmo feita para esta merda?". Não são muitos mas acontecem. Acontecem quando atingimos o nosso limite de paciência, de horas sem dormir, de fome, de cansaço, de birras.

Amo os meus filhos mais que tudo neste mundo e quando a Carlota está na escola e o António está a dormir quase que me apetece ter mais e mais bebés. Mas depois há aqueles momentos. Um berra porque sim e o outro quer colo porque sim. Um tem fome, o outro tem sono. Um quer miminho, outro quer brincar. Um puxa para um lado e o outro puxa para o outro. E eu fico ali no meio a dar em doida. Sinto a cabeça a latejar, o coração a disparar, uma dor gigante nas costas e engulo em seco. Às vezes berro, às vezes perco a cabeça. Já me fechei na cozinha e disse para me deixarem em paz. Sim, eu já fiz isto. Mesmo quando um deles tem 5 meses e não sai da espreguiçadeira.

Já disse tantas vezes que não fui feita para esta merda. E depois, quando a Carlota está na escola e eu estou a apanhar os brinquedos dela do chão, a dobrar as roupinhas, a arrumar os ganchos do cabelo... meu Deus... é um amor avassalador que me preenche. É uma saudade enorme. Uma vontade de a ir buscar mais cedo e enterrar o meu nariz naqueles caracóis dela.

Ou quando o António dorme a sesta e eu já só quero que ele acorde. Só quero dar-lhe beijnhos no pescoço, dentadas nas pernas, beijinhos nos pés. Quero ver aquele sorriso gengival. Aqueles olhinhos em forma de meia lua. O cheirinho dele.

Se não fui feita para esta merda, fui feita para quê?

domingo, 12 de novembro de 2017

Não percebo como as mães ganham peso

Nunca fui magra. Sempre andei em dietas e tentativas de perder uns quilos aqui, outros ali. Emagrecia, voltava a engordar. Sempre foi assim. Mas agora... ui! Agora tenho mais quilos do que alguma vez tive. Dois bebés em dois anos e deixar de fumar deixou algumas mazelas, que é como quem diz gordurinhas acumuladas. As zonas mais problemáticas sempre foram as coxas mas agora tudo já é problemático! As coxas, a pança (que nunca tinha tido), o músculo do adeus (ou a falta dele), até as costas já me enervam!

E uma pessoa até pode pensar “pois, se calhar andas a comer demais e não te mexes”. Só que não! Como a correr, muitas vezes em pé, às vezes nem janto pois o cansaço é maior que a fome. Muitas vezes tenho que dividir o que estou a comer com a minha filha que não arreda pé enquanto não vir o meu prato vazio. Ok, não ando propriamente a alimentar-me à base de frango com alface mas mesmo assim....

Quanto ao mexer-me... eu penso é em que momento é que estou parada? Ando sempre de um lado para o outro. Ou arrumar a casa ou a fazer caminhadas no supermercado, ou a carregar o ovo que já pesa chumbo. Dou colo ao António, dou colo à Carlota. Passo a vida a arrumar brinquedos, pratos sujos, apanhar e dobrar roupa. Isto já vos parece muito? É que ainda treino com uma PT duas vezes por semana e faço yoga 2 vezes por semana também. Sem falar nas idas ao parque!

Como é que não emagreço?

Antes de ser mãe vivia à base de Mac Donalds, pizza hut e gomas!! Passava horas deitada a ver filmes e séries. Dormia 10 horas por dia... 

Como é que as mães ganham tanto peso?? Como? Expliquem-me! E as que foram ao sítio, qual foi o truque?

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Não vale a pena compararmos os nossos filhos

De facto os nossos filhos são sempre completamente diferentes uns dos outros. Podem até ser parecidos fisicamente mas por dentro cada um tem a sua personalidade, as suas manias, os seus gostos.

Quem acompanha este blog desde o princípio sabe que a Carlota sempre foi uma comilona. Mamou até aos 10 meses, começou a comer papa e sopa perto dos 5 meses e adaptou-se lindamente. Cada alimento novo que introduzia era um sucesso! À excepção do ovo que lhe causou uma reacção alérgica mas felizmente já passou. Sempre comeu de tudo. Tanto devora uma tigela de sopa de ervilhas como um gelado. Come fruta como se não houvesse amanhã. Adora arroz, puré, caldeirada de peixe… Tudo! Desde sempre que foi vê-la comer bem e crescer bem. E isso sempre foi um descanso.

Já o António despediu-se da minha maminha aos três meses, com muita pena minha. Não estava a ganhar peso, introduzimos o leite de fórmula e ele não quis outra coisa. Recentemente começámos a dar-lhe papa. Estranhou, claro. O normal, pensei eu. De dia para dia ia sendo mais difícil. Ou seja, em vez de progredir e começar a comer melhor com a colher, sempre que o sentava para lhe dar a papa era uma tristeza. Cuspia tudo, chorava, tinha vómitos… Às tantas reparei no olhar dele, estava mesmo infeliz. Ele não estava preparado e eu estava a forçar. Falei com a pediatra que disse que o melhor era adiarmos a introdução da alimentação complementar. Foi um peso que me saiu das costas! Continua a beber só o leitinho, faz sexta-feira cinco meses por isso não há pressas.


Isto fez-me perceber que realmente os meus filhos são tão diferentes um do outro. E não há mal nenhum nisso. O António pode perfeitamente ser um bebé saudável sem ser gorducho como era a Carlota. Aliás, ele é saudável. Ele está sempre a rir, está sempre feliz, dorme lindamente e eu posso estar descansada pois em breve vai estar a comer de colher. 




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O baptizado do António

Finamente baptizámos o nosso António. Parece que só fico descansada depois de eles receberem este sacramento. Sinto-os mais protegidos. Para nós nunca foi sequer discutível se baptizávamos os nossos filhos ou não. Somos ambos católicos, casámos pela igreja e só faz sentido que seja desta maneira. As crianças nunca perdem nada em ser baptizadas, nunca! Depois podem fazer as suas escolhas, claro. Mas até lá cabe-nos a nós decidir por eles aquilo em que acreditamos ser o melhor. Tal como lhes damos alimentos saudáveis, incentivamos à prática do bem, levamo-los à escola... nada disso fica à espera pelo dia em que eles possam decidir, pois não? Então a educação cristã também não vai ficar à espera. Volto a dizer que não perdem nada com isto. Para mim, só ganham!

No dia 1 de outubro foi o baptizado do António. Juntámos toda a família e alguns (poucos) amigos para celebrar este acontecimento. Ficam aqui algumas fotografias deste dia tão feliz e tão bem passado.





















Vela, caixa e santinhos - 
my angel

Vestido do António - de família, com mais de 100 anos! 

Vestido da Carlota - Azul Limão

Almoço maravilhoso -  5 Sentidos

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O Desfralde

Ontem a pediatra disse-me uma coisa que não me sai da cabeça. “Para progredir numa coisa, às vezes tem que se regredir noutra.”
Isto não podia caracterizar melhor a fase que a Carlota está a passar.

Começou o desfralde há uns dias e não podia estar a correr melhor. Ela está super empenhada e fica toda contente quando consegue fazer os seus xixis e cocós no penico. E eu claro que não caibo em mim de orgulho. Confesso que às vezes apetece-me por-lhe a fralda e pronto. Esta coisa do vai, não vai, baixa as calças, senta, não faz nada, levanta-se faz pelas pernas abaixo... cansa um bocado. Muito. Mas no geral tem corrido bem e tivemos poucos descuidos. Os tapetes da sala já estão todos guardados temporariamente! Pelo sim, pelo não... 

A Carlota está claramente empenhada nesta tarefa de ser crescida e deixar a fralda mas piorou muito naquilo que consideramos desde sempre o seu ponto fraco, o sono. Nunca dormiu bem, agora está pior. Acorda às 02:00 e anda a passear pela casa. Abre e fecha as gavetas do quarto, passeia pelo corredor, deita-se no quarto de visitas, senta-se à porta do meu quarto... Por mim, ela pode dormir onde quiser, no quarto dela, no nosso... desde que durma! Mas não tem sido o caso. Fica nesta espécie de insónia até às 4 da manhã!!! Já vos disse que tenho também um bebé de quatro meses, não já??? Ahahahah pois é... estão a ver as belas noites que temos tido nesta casa, não estão?

A pediatra explicou que esta ansiedade toda do desfralde pode estar a fazê-la dormir pior.  Para além dos passeios noturnos pela casa, ela tem também muitos pesadelos e grita. Estão a imaginar as noites cá em casa, certo? 

Resta-me esperar. Ser paciente. Compreensiva. Meiga. Calma. Cof, cof... juro que estou a tentar! 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Fim-de-semana romântico

No fim-de-semana passado fizemos 6 anos de casados. Nem parece assim tanto mas a verdade é que estamos juntos há 14 anos! Já passámos por muita coisa e sabemos que mais há-de vir.
Sempre viajámos imenso. Aliás, fazíamos sempre uma viagem por ano! Começámos por umas escapadelas pela Europa, passámos a fazer férias de "relax" pelas Caraíbas e América do sul até que nos apaixonámos perdidamente pelo Sudeste Asiático. Tailândia, Indonésia, Singapura... depois vieram os filhos. Sei que há muito boa gente a fazer estas viagens com crianças pequenas mas nós ainda não nos arriscámos. Primeiro por questões de saúde e segurança, morro de medo que algum me adoeça por lá. Depois porque acho que não ia desfrutar nada da viagem... (já agora se quiserem deixar testemunhos agradeço). Às vezes nem uns dias no Algarve com eles aguento, quanto mais fazer umas 20 horas de avião...
Ou seja, os nossos passeios românticos ficaram completamente a ganhar pó na prateleira. Hoje em dia parece que vivemos um bocado em piloto automático com a rotina de filhos, super mercados, trabalhos, etc. Mas temos a perfeita noção de que precisamos de tempo para nós, só para nós. Nós os dois somos os pilares da nossa família e só aguentamos se estivermos fortes e lado a lado. 
Decidimos, então, ir festejar os nossos anos de casados só os dois. Quando eu concordei com essa ideia faltava mais de um mês para o fim-de-semana por isso foi fácil dizer que deixava cá os meus dois bebés na boa... o tempo passou a voar (como sempre) e quando dei por mim já estava a dar-lhes beijinhos na cabeça e a dizer "a mãe já vem. Love you."
Lá fomos nós. Eu não fazia ideia para onde ir já que foi surpresa mas fiquei suuuper contente assim que cheguei ao Nau de Montargil. Ficámos numa vila com piscina privada e uma vista espectacular para a barragem. Passei o fim-de-semana todo ao sol, a ler, a beber champanhe (parte boa de já não amamentar)... Não podia ter sido melhor. Foi tão mas tão bom estarmos só os dois, em silêncio, sem horários... 
Só tenho mesmo a agradecer por estes dias maravilhosos!


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

2 filhos. O primeiro balanço.

Quando descobri que estava outra vez à espera de bebé, para além de ter ficado imensamente feliz, fiquei igualmente em pânico. Com uma filha ainda tão pequena e com uma personalidade tão vincada como ia ser a nossa vida com mais um bebé? Mais noites mal dormidas, mais cólicas, mais fraldas, mais birras... sem falar em mais uma mensalidade de escola, mais um seguro de saúde, mais despesas.

A gravidez passou a voar e foi bastante mais difícil que a primeira. Tive imensos percalços pelo caminho e um cansaço enorme por ter já a Carlota.
O António nasceu.
O António nasceu e não sei como nasceu toda uma nova mãe em mim. Muito mais segura, muito mais confiante e, sem dúvida, muito mais resistente. Da primeira vez vivia tudo ao máximo e lavava tudo a peito. As opiniões alheias dominavam a minha mente mesmo que eu não o admitisse. O choro da Carlota levava-me ao desespero pois não acreditava que um bebé pudesse chorar tanto por ter apenas sono, por exemplo. Quando saìa de casa com ela levava o mundo atrás. Mudas de roupa, mantas, casaquinhos, fraldas, toalhitas, brinquedos, gorros, meias... pensava demasiado, programava demasiado exigia demais de mim.
Vivia sempre com um nó na garganta com medo de falhar na mais ínfima coisa.

O António nasceu e eu mudei radicalmente. Não fiz por isso. Aconteceu naturalmente. Tive mesmo que relativizar. O choro dele já não me aflige pois sei que ele está bem. Tem apenas sono, fome, frio/calor... ou precisa de colinho. O facto de eu estar calma também o acalma. Quando saímos de casa levo apenas as fraldas, as toalhitas e o leite. Tranquilo. 

Durmo bem. Ele dorme bem. Se ele precisar de vir para a nossa cama pode vir. Isso não o vai estragar, não me vai estragar. Está tudo bem.

Mesmo com a Carlota aprendi a ficar mais calma. Não levo tanto a peito as birras, os gritos, o choro. Sei que ela está bem. Está só chateada e é assim que nos diz. 

Atrevo-me a dizer que está a ser mais fácil ter dois filhos do que apenas um. Já não canalizo toda a minha energia em ser mãe da Carlota mas sim distribuo-a pela Carlota, pelo António e consequente por mim, pelo meu marido, amigos e família. De repente aprendi a chegar a mais lados ao mesmo tempo e a sentir-me mais calma, mais confiante, mais tranquila.

Por isso, quem está a pensar em ir ao segundo, ou quem já está quase lá, vai correr tudo bem. É tão, mas tão melhor ter mais do que um! <3

domingo, 10 de setembro de 2017

De coração partido com isto

É de coração partido que escrevo este post. O tema da amamentação sempre teve uma enorme importância para mim. Há tantas mães que optam por nem sequer amamentar mas eu sou daquelas que faz questão de o fazer.

Mas o destino trocou-me as voltas. Não é sempre assim?

Quando o António nasceu eu já sabia que ia querer amamentar e já sabia as dificuldades pelas quais ia passar. Subida do leite, dores, gretas, etc. Estava decidida a passar por tudo isso outra vez. E passei. Ia tudo correndo bem até que não...

Na consulta dos dois meses, a pediatra do António disse-nos que ele não estava a aumentar de peso como devia ser. Para mim, aquilo foi um balde água fria mas pensei "ok. Vamos lá a isso. Que alimentos são melhores para eu comer e ter mais e melhor leite." Mas nem tive oportunidade de abrir a boca. Ela disse que íamos começar com o suplemento e pronto. Saí da consulta triste e desiludida. Amamentei a Carlota durante quase um ano. Nunca precisou de leite artificial para nada. Sempre cresceu bem e de forma saudável.

Porque é que o meu corpo me estava a fazer isto? Porque é que já não era o suficiente para o António?

Comecei a dar o suplemento convencida de que era temporário e ao mesmo tempo fui falando com CAMs, fui tirando leite com a bomba, bebia litros e litros de água. Fiz de tudo.
O António nunca mamou muito bem. Nunca fez bem a pega. Eu dava de mamar e depois dava 30 ml de suplemento. Ele começou a querer mais e mais. De 30 passou para 60/70... depois para 90... depois 120 ml... Claro que agora já nem quer mamar... Dá um ou dois puxões, eu vejo o leite na boca dele mas rapidamente fica todo nervoso e ansioso a querer o biberon. E eu dou. 

Não mamou nem três meses e eu fico mesmo desiludida comigo, com a médica, com o mundo. Não percebo como pode correr tão bem num primeiro filho e tão mal num segundo. Tenho a perfeita noção de que ele está a crescer mas sem as imunidades que a irmã teve. 
Tem a parte boa que é poder deixá-lo com alguém quando preciso de sair ou poder beber café ou um copo de vinho de que já tinha tantas saudades. 

Mas nada disso se compara ao bom que é amamentar. Isto parte-me o coração. Mesmo. Já nem sei se fiz tudo o que estava ao meu alcance mas a verdade é que também perdi a força e a vontade para continuar a tentar. Vou ter que baixar os braços e desistir desta luta.

Desculpa, António. <3

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Os pais não têm férias

Os pais não têm férias. Apenas tomam conta dos filhos em cidades diferentes. Esta é a conclusão a que cheguei depois de uma semana no Algarve com as minhas pestinhas. 
O dia começa bem cedo com o António a querer mamar, normalmente, pelas 6 da manhã. Entre dar de mamar, mudar fralda, etc perco o sono mas mesmo assim tento dormir mais um bocado. Às 8 a Carlota já está de pé e cheia de energia. Olho para o relógio, devo ter conseguido dormir uns 35 minutos.
Vamos lá começar o dia! Dar pequeno-almoço, vestir um, vestir outro, banho. E começa o desafio. Com temperaturas tão altas não posso levá-los para a praia nem para a piscina entre as 10 da manhã e as 5 da tarde. Que é como quem diz, o dia todo. Tenho que a entreter. Pintar e fazer desenhos, fazer puzles, tarefas da casa como tirar a loiça da máquina, estender a roupa, lavar o chão. Ela adora ajudar! Mesmo que eu demore três vezes mais tempo com a "ajuda" dela. No Algarve tinha sempre a enorme ajuda da minha mãe que a levava ao super mercado ou a tratar de coisas que precisava. Nesses momentos eu aproveitava para desfrutar um bocado do silêncio que não era assim tanto pois ficava com o António. Dar de mamar de 2 em 2 horas, mudar fraldas, adormecê-lo, dar-lhe colo... zero tempo para mim. 

Numa semana inteira fui 2 vezes à praia. Das 6 às 8. E soube-me pela vida. Podia ter ido mais vezes mas havia sempre qualquer coisa a acontecer então não fomos. A logística de ir com eles para a praia também não é muito fácil. Toalhas, fraldas, chapéu, cremes, boias, água, muda de roupa, fatos de banho. O António ia no pano e a Carlota pela mão. Ok, também é o meu primeiro verão com dois filhos. Pode ser que para o ano seja mais fácil! 

Agora em casa e sem a ajuda da avó é beeem mais complicado mas faz-se! No próximo fim-de-semana vamos os 4 para o norte para um batizado. Mais um desafio!!

Como estão a ser essas pseudo-ferias? Ai de quem me diga que está a conseguir descansar!! 



terça-feira, 25 de julho de 2017

O dia em que achei que ia desta para melhor

Já não escrevo há algum tempo. E estava na dúvida se devia ou não escrever sobre este assunto. Mas achei que me ia fazer bem e quem sabe ajudar mais alguém que tenha passado ou esteja a passar pelo mesmo.

Na semana passada apanhei um susto enorme. Pensei que ia desta para melhor... que podia nunca mais ver os meus filhos, o meu marido. Ia eu muito bem da vida no carro com o António quando senti uma dor muito forte nas costas. Das costas passou para o peito. Fiquei com dificuldade em respirar e senti a mão a ficar dormente. Decidi voltar para casa mas a meio do caminho percebi que não estava em condições de o fazer. Encostei o carro e liguei para o 112. Nunca o tinha feito. A ajuda não demorou em chegar. Passados poucos minutos vejo a ambulância do INEM parar ao lado do meu carro. Levaram-me para o hospital. A mim e ao António. Senti-me tão vulnerável e ao mesmo tempo tão sozinha. O Gonçalo estava fora em trabalho e eu não tinha mais ninguém por perto que pudesse largar tudo e vir. Fizeram-me um eletrocardiograma e um raio x. Estava tudo bem com o coração. Depois de 2 horas, o diagnóstico: ataque de ansiedade. Não acho que ande nervosa, nem preocupada, nem triste. Mas a verdade é que tive isto.

No dia a seguir, à noite, estava eu a deitar a Carlota e começo a sentir a mesma dor. Peito, costas, falta de ar e mão dormente. Durou uma meia hora. Desta vez não fui ao hospital. Fiquei deitada e tentei acalmar-me. Acabou por passar mas a minha preocupação com este assunto aumentou.
Marcámos logo uma consulta para um cardiologista na manhã seguinte. Tudo OK com o coração. Diagnóstico: ataque de ansiedade.

Pelo sim, pelo não, decidimos consultar também um neurologista por causa da dor nas costas. Ele já é da opinião que os ataques possam ter origem na minha má postura e esforço que faço com o bebé. Recomendou fazer fisioterapia.

Decidi atacar nas frentes todas, físicas e psicológicas. Vou começar fisioterapia, yoga e consultas de psicologia. A verdade é que eu acho que não ando ansiosa nem nervosa mas olhando para os meus últimos 2 meses tem havido muita coisa a mexer comigo. Os filhos são a maior fonte de alegria e amor que pode haver mas são ao mesmo tempo um poço de preocupações. Quando alguma coisa não está bem ou quando há apenas a suspeita de que alguma coisa não está bem, o coração de uma mãe sofre de uma maneira avassaladora. E depois tentamos ser fortes. Por eles, por nós, pelo mundo que está sempre a vigiar e a julgar. E aos poucos vamos definhando por dentro e vamos camuflando com sorrisos amarelos que à noite se desfazem em lágrimas. 

Eu não estou triste. Não estou deprimida. Estou a viver muitas emoções, felizmente são mais as melhores que as piores. Mas as emoções piores podem estar a afectar a minha saúde e tenho que as travar. Por mim, pelos meus filhos, pelo meu marido.

Se mais alguém está a passar por algo semelhante, nada como admitir e procurar ajuda. Estamos juntas. 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Na Terra do Sempre

Sexta-feira lá fomos nós os quatro para a Terra do Sempre. Este fim-de-semana foi uma montanha russa de emoções.

Preparar as malas dos mais pequenos é uma tarefa interminável. Mesmo indo só por duas noites é tudo a dobrar, mudas de roupa, fraldas, casaquinhos, etc. Depois há os cuidados com o sol e piscina e não nos podemos esquecer do chapéu, protector solar, fatos de banho, braçadeiras, chinelos... 

Bom, mas malas feitas, carro (super) carregado, lá fomos nós! A Carlota ainda foi à escola de manhã para nos organizarmos melhor e depois foi só apanhá-la e seguir. A viagem fez-se muito bem e os dois foram a dormir ferrados! 

A Terra do Sempre fica literalmente no meio do nada. É um sítio excelente para escapar à agitação da cidade. Fica perto de Grândola. Quando chegámos fomos logo muito bem recebidos pela Gabi que é amorosa e que nos acompanhou durante todo o fim-de-semana. Foi explicando o funcionamento da casa e dos espaços. Aquilo é como estar na nossa própria casa de campo. Esqueçam o conceito de hotel! É entrar pela porta da cozinha, falar a toda a gente que lá trabalha, é tirar um iogurte do frigorífico ou um café da máquina. (Apontamos aquilo que consumimos e paga-se no fim) 

Sabíamos que íamos ficar cada noite num quarto diferente, já só conseguimos marcar assim. Na primeira noite ficámos numa das cabanas, Robin Hood. Todos os quartos têm nomes assim, de histórias. A cabana tinha tudo o que precisávamos e uma vista linda que mais parecia uma pintura do Alentejo.
Há imensa coisa para fazer com crianças ali. Claro que o programa preferido da Carlota foi a piscina, a "china" como ela diz. Como ainda não sabe nadar lá andou de colete, toda contente. Amou! 

Outro ponto alto para a Carlota foi a visita à quinta. Ao chegar à quinta somos logo recebidos pela Dona Gertrudes. Ela vai mostrando e falando sobre todos os animais. Ovelhas, cabras, patos, galinhas, coelhos, porcos... pelo meio as crianças podem dar comida aos patos, festinhas às ovelhas. A Carlota adorou este programa e faz-lhe tanto bem! O António fez o passeio todo no pano e apesar de ainda não perceber nada tenho a certeza que também gostou de andar embaladinho junto ao peito da mãe.

Na segunda noite ficámos no quarto Romeu e Julieta. Adorei este quarto! Mais espaçoso e com uma decoração super romântica. Tem uma mezanine com umas caminhas lá em cima que são ideais para quem leva filhotes mais crescidos. Nessa noite jantámos por lá mesmo. Ficámos à mesa com outros hóspedes que gostámos imenso de conhecer. Tinham um filho amoroso com um ano e meio que ficou grande amigo da Carlota. Enquanto jantávamos a Gabi entretia os mais pequenos. Há um quartinho de brinquedos, uma sala com a televisão no panda e a cozinha sempre aberta para grandes gargalhadas. O jantar estava óptimo e acabou com uma mousse de lima maravilhosa!

Domingo foi tomar o pequeno-almoço e ir dar uns últimos mergulhos na piscina. 

Esta foi a parte maravilhosa do fim-de-semana. Agora conto-vos o porquê dos meus "mixed feelings". É muito duro com dois filhos tão pequenos. Começo a acreditar que aqueles blogs que é só fotografias lindas e fofinhas têm muuuuitos segredos escondidos. Não acredito que só os meus filhos (como adoro dizer "os meus filhos") me levem à loucura. A Carlota não para quieta um segundo. Farta-se das coisas rapidamente, quer mexer em tudo, experimentar tudo e quando é contrariada espeta-nos com uma birra. Fora as vezes que está rabujenta só porque sim e fica insuportável. O António... o António tem um mês. Chora porque quer colo, porque quer mamar, porque tem sono e não consegue adormecer. O normal. Mas com poucas horas de sono, muito cansaço e duas crianças aos berros ao mesmo tempo não há quem aguente. Quer dizer, há... que remédio tenho eu e todas as mães, não é? 

E foi isto. Momentos de uma gratidão imensa e de um amor enorme. Momentos de loucura e desespero. É isto. Ser mãe é ir de fim-de-semana ou férias e voltar ainda mais cansada mas com os sorrisos dos nossos filhos gravados na memória. 




















(Quarto Romeu e Julieta) 


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Obrigada

Depois de termos um bebé a nossa disponibilidade para determinadas tarefas fica reduzida. Antes de ter filhos tinha todo o tempo do mundo para experimentar várias roupas de manhã, passar cremes, maquilhar-me e ainda esticar o cabelo. Isto tudo antes de sair de casa. Depois da Carlota nascer isto mudou. Mas com o tempo vamos começando a estabelecer outra vez a nossa rotina para que os nossos cuidados diários não fiquem esquecidos. Ok, já não estico o cabelo todos os dias mas tudo o resto faço. Ah, e não experimento várias roupas de manhã. Normalmente já sei o que vou vestir.

Agora, com o nascimento do António o caos voltou a instalar-se. Demoramos sempre algum tempo até entrarmos outra vez na rotina. A minha prioridade de manhã é preparar a Carlota para a escola e dar de mamar ao António. Só depois me arranjo e saio ou não com ele. Confesso que deixei de me maquilhar... não por preguiça ou trapalhice mas porque não faz sentido maquilhar-me se vou ficar em casa o dia todo a mudar fraldas e a dar de mamar. Até porque gosto de deixar a pele respirar. Habituei-me a andar sem maquilhagem nas primeiras semanas que estive em casa com o António. 

Um dia destes tive que ir até ao shopping e fui assim mesmo, sem maquilhagem. Encontrei duas pessoas com quem trabalhei e de quem gosto muito e falámos por uns minutos. Uma delas disse que eu estava com péssima cara, que não podia desleixar-me assim. Fiquei com aquilo na cabeça. No dia a seguir fui ao mini mercado por trás da nossa casa e uma das funcionárias perguntou como estava tudo agora com dois filhos tão pequenos. Eu respondi "o caos" e ela "pois, vê-se na sua cara". Sinceramente não percebi a necessidade de se dizer as coisas assim de uma maneira tão fria e tão directa. Mas sabem que mais? Ainda bem que o fizeram! Quando cheguei a casa olhei fixamente no espelho. Tom de pele branco lula, olheiras cinzentas por baixo dos olhos, boca seca e gretada... um desastre! Sim, sou mãe e estou cansada mas bolas... não tenho que andar com a cara neste estado! 

Aquelas palavras que me ofenderam na altura afinal surtiram efeito. Eu precisava de as ouvir para começar a tratar um bocadinho melhor de mim também. Não custa nada passar um corrector de olheiras, um blusa, um rímel... Já voltei a incluir isso na minha rotina diária e sabe-me bem. 

Por isso, obrigada T., M., e senhora do mercado! :) 



(Ó para mim toda linda!)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

1 casamento e 2 crianças

No fim-de-semana passado tivemos um casamento. Não daqueles casamentos de conhecidos mas o casamento de um dos primos do Gonçalo de quem gostamos muito! Era por isso muito especial e fazíamos questão de estar presentes, todos. Os quatro.

Sabíamos que ia ser um desafio ir com duas crianças para o casamento. Uma de dois anos que não para quieta e um bebé que nem um mês tinha e que a única coisa que quer é estar quieto em casa.

Faltar não era opção. Deixar as crianças também não. Além de serem família do noivo, o António só mama por isso não o deixo ainda. E ele é muuuito pequeno. Mas como íamos aproveitar o casamento assim?

Decidimos levar ajuda. Não gosto muito de chamar babysitter porque na verdade a S. é a melhor amiga da Carlota! Conhece-a desde que ela tinha uns 9 ou 10 meses. É das poucas pessoas a quem confio a minha filhota. A S. veio connosco e deu um apoio espectacular. Entreteve sempre a Carlota enquanto eu ficava com o António e às vezes trocávamos. O António ficava um bocadinho com ela e eu levava a Carlota a brincar com os outros meninos que lá estavam.

Na realidade só ficámos durante a missa e no cocktail. Antes do jantar o Gonçalo levou-nos para o hotel e depois voltou para a quinta. Foi a melhor solução. Fomos para o hotel por volta das 9 e assim deu para descansarmos e as crianças foram dormir cedo. O Gonçalo ficou a representar-nos na festa :)

Antes de termos o António fomos a vários casamentos com a Carlota com ela bem pequena e não é ambiente para bebés. Eles detestam e nós também não aproveitamos nada. Para quem está a amamentar é difícil deixá-los com alguém porque mesmo que deixemos o leite, as nossas maminhas depois... vocês percebem, não é? Ahahah por enquanto ainda não dá!

Acabou por ser um fim de semana diferente e bem bom para todos :) 

Um obrigada muito especial à nossa querida S., a melhor amiga da Carlota! 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

E a mana mais velha? Como está a reagir?

Quando descobrimos que estamos grávidas do segundo filho é inevitável pensar como será a reacção do mais velho. Será que vai ficar com ciúmes? Será que vai sentir que gostamos menos deles?

Sempre fui muito ligada à Carlota desde que ela nasceu. Não é só ela que precisa da mãe, sou eu que preciso da minha filha. Dei de mamar até ela não querer mais. Deixo-a vir para a nossa cama aninhar-se quando precisa de mimo. Adoro a companhia dela e temos uma cumplicidade muito, muito forte.

Assim que soube que estava grávida, para além de uma imensa alegria, veio também uma certa preocupação. Esta cumplicidade seria abalada? Ia gostar dos dois da mesma maneira? Como ia dividir o meu tempo? E se chorassem os dois ao mesmo tempo? Como é que ela ia reagir quando visse outro bebe ao meu colo?

Perdi mesmo muito tempo a pensar nisto. A verdade é que tudo se faz. A verdade é que tenho uma filha amorosa que a única coisa que sente pelo mano é muito amor! Está sempre de volta dele, sempre a dar festinhas, a pôr a chucha, etc. Fica sempre muito aflita quando ouve o mano chorar e vem logo chamar-me. Pede-me imensas vezes para ter o mano ao colo e eu ponho-o sempre que possível. Nunca fez uma cena de ciúmes, nunca foi má para o irmão ou para mim quando estou com ele. Tem corrido muito, muito bem. Sempre que o António está a dormir eu aproveito para lhe dar mimos, fazer desenhos com ela, puzzles, plasticina... não porque ela quer ou precisa mas porque eu preciso. Sinto falta da minha "companheirona "! Adoro quando ela chega a casa.

Tudo isto tem corrido tão bem muito graças ao meu marido que tem sido um pai 5 estrelas com ela. Todos os dias leva-a a passear a seguir à escola, dá-lhe toda a atenção e tem ficado encarregue das principais tarefas, dar pequeno almoço, levar à escola, etc. Estão mais unidos que nunca é eu derreto-me de ver... (às vezes quem fica com ciúmes sou eu! Ahahah) 

Um obrigada muito especial à nossa Carlota que tem sido a mana mais velha mais querida de sempre <3 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Se calhar o teu leite não é forte

"Será o teu leite que não é forte?"

Isto é a pior coisa que se pode dizer a uma mãe que está a amamentar. Amamentar não é pêra doce e muitas vezes o mais fácil é mesmo dar o leite adaptado e pronto. Acabaram se as dores no peito, as gretas nos mamilos, o acordar de 2 em 2 horas, o verter leite quando menos esperamos. Quem decide amamentar passa por muito e quando a coisa começa a estabilizar e vemos o nosso bebe ganhar peso somos inundadas por um orgulho gigante. E todas sabemos que não há orgulho maior que o orgulho de mãe.

Agora quando desabafamos e dizemos como estamos exaustas, como não aguentamos mais, etc... A pior coisa que nos podem dizer é que "se calhar" o nosso leite não é forte o suficiente. Claro que é, porra! O nosso corpo fez o bebe e sabe perfeitamente fazer o leite para ele. Se o bebe está a aumentar de peso então o leite é suficiente sim! 
Quando desabafamos sobre o nosso cansaço, na verdade só procuramos um ombro onde chorar, um abraço demorado, um beijinho na testa e um "está tudo bem, é normal. Estás a fazer tudo bem".

Nunca ponham em causa o leite de uma mãe que amamenta. Nunca! Não em frente à mãe... Falem disso depois, noutra altura, com outras pessoas. À mãe dêem-lhe só a vossa amizade e apoio. Precisamos MESMO umas das outras. 

domingo, 18 de junho de 2017

Ser mãe pela segunda vez


“Ser mãe pela segunda vez” é uma coisa que, para mim, nunca fez sentido. A meu ver, somos mães assim que temos o primeiro filho. Continuamos a ser mães depois de ter o segundo, o terceiro, etc. Ou se é mãe ou não se é. Para mim não faz sentido ser mãe pela segunda vez. Temos mais um filho, voltámos a ter um bebé, a família cresceu. Mas mãe já éramos e vamos continuar a ser independentemente do número de filhos que temos.

Mãe de segunda viagem. Outra expressão muito comum nos fóruns e grupos de mães nas redes sociais. Esta experiência tem sido completamente diferente da primeira vez ou viagem. Encaro tudo com muito mais serenidade. Desde as dores iniciais da amamentação ao choro estridente do bebé. Sei que tudo passa, que tudo melhora com o tempo. Sei também que pode piorar por isso agradeço cada sesta de 3 horas que o António faz, cada fralda suja que mostra que tudo está a funcionar bem, cada mamada que sei que me vai aliviar a dor.  Acredito que o facto de eu estar mais calma com esta experiência ajuda-o a ele a estar  mais calmo também. Não há tantos gritos como houve da primeira vez. Não há tanto desespero. Há muuuitas noites mal dormidas, sim. Há um cansaço imenso porque a minha filha mais velha só tem 2 anos e precisa muito de mim (e eu dela. Não fazem ideia do quanto eu preciso de ficar a sós com ela). Há muitas lágrimas, sim. Mas desta vez já sei que não é problema meu mas sim das hormonas que estão ‘onfire’. E ainda há dor de um parto recente.

Desta vez contamos também com um pai mais experiente e confiante que se divide sempre que pode para darmos conta dos nossos dois bebés. Ele entretém-se mais com a Carlota, leva-a a passear, dá banhos, adormece-a… Eu tenho que estar mais com o António que precisa de mamar e que ainda está a conhecer este mundo fora da barriga da mãe. Ainda precisa muito de contacto físico comigo, ouvir o coração bater, etc. Mas quando ele adormece… Aproveito logo para me agarrar à Carlota! A minha boneca, princesa, melhor amiga.


Apesar do cansaço estou de coração cheio, estou tão grata, tão feliz, tão apaixonada pela minha família. Fui mãe há dois anos e tive o privilégio de voltar a ter outro amor assim. Mas acredito que mãe ou se é ou não se é. Não fui mãe outra vez. Sou mãe há dois anos. Agora sou é mãe de dois. <3 



sábado, 17 de junho de 2017

A chegada do António

Aquela conversa de que o segundo filho é sempre mais rápido e custa menos é pura mentira. Ora estava eu convencida que o António ia nascer mais cedo que a Carlota, que nasceu às 39 semanas e ele decide nascer precisamente no dia em que fez 40 semanas. Nasceu mesmo no dia previsto.

Claro que eu que achava que ele vinha mais cedo comecei a ficar muito ansiosa às 38 semanas. Não estava muito nervosa mas estava sempre naquela "será hoje". Quando passámos as 39 semanas comecei sim a ficar nervosa, impaciente, insegura. O médico dizia que estava tudo atrasado... Falou em indução às 41 semanas, em cesarianas caso o bebé fosse muito grande, etc.

Passei a última semana num estado de ansiedade brutal. Não percebia porque é que nada acontecia. Tinha contracções mas muito irregulares e com pouca dor. Comecei a acreditar que se calhar ia mesmo às 41 semanas...

Dia 9 de Junho veio a Lua Cheia... Às 23h00 comecei com contracções com dor que rapidamente passaram a muita dor. Às 02h00 chegámos à Clínica de Santo António. O atendimento foi para lá de bom. Puseram-me logo num quarto onde fiz todo o trabalho de parto a circular, a fazer exercícios com a bola de pilates (que me disponibilizaram), deixaram-me à vontade para pedir anestesia assim que entendesse. Quis aguentar ao máximo. Estive até às 06h00 da manhã neste processo. Muita dor, contracções, dilatação... Foi duro mas foi exactamente como eu quis que fosse. Às 06h30 rebentaram-me as águas e aí pedi a epidural pois estava para breve.

Entretanto chegou o meu médico e foi muito bom vê-lo ali. Senti-me ainda mais acompanhada. Lá fomos para o bloco e o António nasceu às 09h04! 3,470 kg e muita vitalidade pois berrava alto e a bom som. Desta vez chorei, quando o puseram em cima de mim. Abracei-o e dei-lhe tantos beijinhos! 

Ainda fiquei dois dias na CLISA e correu tudo lindamente. Um ambiente muito tranquilo, muito familiar, muito silencioso.

Queria agradecer em especial a:

Dr. Paulo Vasco
Enfª Lurdes Costa
Enfª Mafalda
Enfª Sandra

Estas quatro pessoas ficaram com um lugar especial no meu coração :) E no do António! 

Estou tão feliz por já o ter cá fora! A nossa casa ficou ainda mais cheia. É muito mas muito bom. É bom demais. 

terça-feira, 9 de maio de 2017

Babyshower do AM

No Sábado passado fizemos em nossa casa o babyshower do AM. 

Quando estava grávida da Carlota, há 2 anos, o babyshower foi todo organizado por amigas minhas. Eu disse apenas que gostava de uma tarde de petiscos na praia e foi isso mesmo que aconteceu. Reunimo-nos todas num bar da praia, comemos várias tapas e coisinhas boas, recebi montes de presentes úteis para a Carlota e passámos uma tarde super divertida.

Desta vez fiz questão de ser eu a organizar tudo e a receber amigas, filhos e família em nossa casa. Mudámos para uma casa maior no fim do Verão passado e temos um jardim óptimo para receber a família e amigos.

Preparei tudo com o maior carinho! Pensei na decoração e no lanche que queria oferecer. Fiz check lists dos materiais que ia precisar e dos ingredientes que tinha que comprar no super mercado. Fiz ainda uma pequena lista de tarefas para me organizar no próprio dia pois com uma filha pequena e um cérebro de grávida, muita coisa podia falhar! Eheheh Contei com a ajuda do meu marido na preparação de tudo e acho que o resultado final foi positivo. 








Adorei esta tarde, ver como o tempo passa... Como ontem éramos miúdas a arranjarmo-nos para ir sair à noite e hoje é só crianças, carrinhos de bebés e conversas sobre partos e fraldas! É tão bom ver que apesar do tempo passar as pessoas importantes ficam, vêm sempre, estão presentes na nossa vida.





A meio da festa as mais velhas ainda tiveram direito a usar uns vestidos de princesa que uma "tia" trouxe! Por respeito às outras mães não publico fotografias das outras crianças... só da minha! 

Um enorme obrigada a todos os que vieram! <3 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Crise dos dois anos, terríveis dois anos, adolescência do bebé

Hoje escrevo em tom de desespero. Há dias em que tudo é lindo e maravilhoso e há dias em que nos sentimos a desabar.

Já tinha ouvido falar na crise dos dois anos, nos terríveis dois anos, na adolescência do bebé e não sei se é isso que se está a passar cá em casa.

A Carlota é um amor de miúda, é super divertida e querida. Ultimamente tem tido um comportamento estranho, cansativo e que me leva ao limite. Faz birras por tudo e por nada. Faz birras para dormir, faz birras para se vestir de manhã, para comer... Fora de casa, porta-se lindamente.

Não percebo porque ela faz isto. Nada mudou cá em casa mas vai mudar daqui a umas semanas. Tenho dado o mesmo mimo de sempre, temos feito as mesmas rotinas de sempre. Digo-lhe várias vezes ao dia o quanto gostamos dela. Brinco com ela. Visto-lhe coisas que sei que adora, faço as comidinhas que ela gosta. Tento que haja harmonia e que se sinta bem. Mas sempre que ouve um 'Não' ou se lhe dou a escolher entre duas opções, entra numa birra assustadora. 

Ontem à noite esteve mais de uma hora e meia aos gritos. Queria a mãe, queria o pai. Estávamos os dois com ela a abraçá-la e a dizer que estava tudo bem e ela enxotava-nos e dava-nos pontapés. Não consegui descansar nada. Mais o barrigão sempre a mexer, as contracções que já vou tendo. De manhã acordei tipo zombie e ela ainda fez mais uma birra para se vestir. 

Sinto-me exausta e acima de tudo sinto-me impotente por não perceber o que se passa, porque é que ela está assim. Assusta-me saber que daqui a umas semanas nasce o mano e tenho medo que o comportamento dela piore. 

Se alguém tiver passado por isto, por favor, partilhe a sua experiência. Se alguém tiver conselhos e dicas para dar, são mais que bem vindos. Preciso muito de aprender a lidar com isto da melhor maneira pois não consigo simplesmente passar ao lado sabendo que alguma coisa a perturba, a preocupa a deixa assim ansiosa. 

Será que é natural? Será que é apenas uma consequência do crescimento e desenvolvimento dela? Help!! 


sábado, 29 de abril de 2017

Post parvo mas útil

Há pouco tempo lembrei-me de um dom incrível que a Carlota tinha quando era bebé. Sempre que eu me sentava à mesa para comer, ela acordava para mamar. Fosse em casa, fosse num restaurante.

No restaurante, normalmente, acordava assim que o meu prato chegava à mesa. Já assisti a pais que deixam os bebés aos berros no carrinho e almoçam como se nada fosse. Eu nunca fui capaz de o fazer. Primeiro porque o meu instinto de mãe não me permite deixar um filho a chorar e segundo por respeito às outras pessoas que estão no restaurante. Sempre peguei na Carlota, fosse para dar de mamar, fosse para sair um bocado com ela…

Mas então como é que eu almocava e dava de mamar? Rapidamente percebi que o melhor era optar por pratos fáceis de comer só com um braço! Assim conseguia pegar nela com o outro. Não sei se está certo ou errado mas funcionou. Dava-lhe colinho, e de mamar se fosse preciso, e almoçava na mesma sem ter que deixar tudo arrefecer.

Aqui fica a lista dos pratos que mais jeito me davam comer só com um braço:

- massas e esparguetes (é só enrolar com o garfo)
- risottos
- saladas (se aguentarem… eu ficava sempre com fome!)
- pizza (com as fatias cortadas para comer à mão)
- sopa

Em último caso, o meu marido cortava a minha comida aos bocadinhos e eu comia só com uma mão.

OK, pode parecer um post parvo e se calhar fiz figuras de parva durante muito tempo mas deu jeito. Deu muito jeito. Espero que ajude alguém! J

quarta-feira, 26 de abril de 2017

É difícil. É muito difícil. Ninguém nos prepara, ninguém nos avisa.

Felizmente há muitos bebés a nascer à minha volta! Na família e fora da família, há imensas grávidas ou recém mães.

Tenho dado por mim a fazer comentários tipo “Aproveita agora que só come e dorme.” “Essa fase é que é boa, não dá trabalho nenhum.” “Por agora é tudo tão fácil, não é? Estão ali na espreguiçadeira, mal se mexem…”

Ontem percebi o quão parva e injusta tenho sido com estas mães. É um facto que a Carlota com quase 2 anos dá mais trabalho agora que nunca mas olhando para trás… NUNCA FOI FÁCIL. Ela não “só comia e dormia”. Aliás, ela não dorme há dois anos! Nem eu…

A fase do recém nascido é dura, muito dura. E os meses a seguir também. Cólicas, fraldas, eczemas na pele, vacinas, choro e choro sem saber a razão, bolsar, mudar de roupa 2 e 3 vezes por dia. Não dormir.

As dores da amamentação. As saudades do “nós”. O esquecer o “nós”. O ser mãe primeiro e antes de tudo. A vontade de não ser. O sentimento de culpa. A ansiedade, o choro, a depressão ou o baby blues. O nosso corpo que ainda não recuperou. O não nos lembrarmos quando lavámos o cabelo pela última vez. O sentar para começar a comer e o bebé acorda. Comer com o bebé ao colo. Pedir pratos que dê para comer só com uma mão, ‘just in case’.

O stress que é sair de casa com um bebé. O que levar no saco, o carrinho, o peso do ovo.
E depois parece que ninguém percebe, ninguém nos compreende, o mundo está a girar, a vida a passar lá fora e nós reféns do nosso bebé.

É difícil. É muito difícil. Ninguém  nos prepara, ninguém nos avisa. Entramos neste comboio a alta velocidade e pronto. Depois há estas parvas (como eu tenho sido) que dizem que “esta fase é que é boa”. Não é bem assim, eu sei que não. E peço desculpa.

Essa fase está mesmo aí a chegar para mim outra vez e vou engolir todas as palavrinhas que disse.

Mas apesar de ser tão duro, tão difícil, tão violento… É a melhor coisa do mundo, não é? É todos os dias gostar um bocadinho mais deles. É sentir uma alegria gigante com cada pequena conquista, seja a descoberta dos pés, o segurar em qualquer coisa, o primeiro sorriso. 

É bom demais, mães. É bom demais. Aproveitem o agora não porque é fácil (porque não é) mas porque passa a correr, rápido demais, e nunca mais volta.

<3

segunda-feira, 24 de abril de 2017

O ovinho do baby está pronto

Na Sexta-feira passada ao fim do dia tivemos uma entrega muito especial! Uma das facilidades de preparar a chegada do segundo filho é que podemos aproveitar algumas coisas do primeiro.

Quando comprámos o carrinho e ovo da Carlota decidimos investir num bom carrinho e ovo que nos desse para os filhos seguintes. E vamos re-aproveitar o nosso carrinho Quinny com o ovo da Bebeconfort. O carrinho já está com alguns (muitos) riscos mas está óptimo! O ovo está como novo.

Para estimar o ovo nada como usar uma forra protectora. Para além de proteger o tecido original do ovo fica com um ar ainda mais amoroso e de bebé! 

Para a Carlota decidi mandar fazer a forra na Blu Home. Escolhi um padrão às risquinhas cor-de-rosa e branco, com um folho. O resultado não podia ter ficado melhor. O bom de mandar fazer a forra é que esta fica à medida do nosso ovo e não fica solta. Fica tudo aconchegadinho e com óptimo ar.



Para o baby que aí vem nem hesitei em voltar a pedir à Blu Home. Escolhi novamente um padrão às riscas (adoro riscas) mas desta vez em azul ganga e branco.

Sexta-feira ao fim do dia, já cá estava a forra e o resultado está perfeito!


Estou desejosa de o ver lá dentro! :)

sexta-feira, 21 de abril de 2017

E assim de repente estamos nas 33 semanas

Esta gravidez passou mesmo a voar. O facto de ter uma filha tão pequena e que ainda exige tanta atenção faz-me por vezes esquecer que tenho um bebé a crescer dentro de mim. Agora já não dá para esquecer pois a minha barriga já está gigante e ele mexe-se imenso. Passei um mau bocado há uma semana pois só nessa altura é que ele se lembrou que era o momento de dar a volta e tive dores, muitas dores.

Agora começo a entrar num estado de ansiedade. Ando sempre ou quase sempre preocupada com o que aí vem. Um bebé tão pequeno, a precisar tanto de mim e a Carlota ainda tão nova que também vai querer a minha atenção. (e eu não quero deixar de a dar) Começo a ter medo da reacção dela, que fique cheia de ciúmes, que fique zangada comigo, que fique triste. Acho que é inevitável pensar nisto. Pensar como o nosso filho mais velho reage à chegada do mais novo.

Apesar de ela ainda nem ter feito 2 anos vou falando no ‘mano’, no bebé que está na barriga da mãe e que está quase a chegar. Mostro-lhe as roupinhas dele… Mas ela não percebe, claro que não percebe.
Depois penso no parto. O da Carlota correu tão bem que custa-me a acreditar que tenha a mesma sorte outra vez! Foi tudo tão rápido, tão tranquilo. Claro que tive dores, muitas dores, mas foi pacífico. Agora tenho medo que não corra tão bem, preocupo-me quem é que vai ficar com a Carlota nesse momento, os dias que não vou estar em casa com ela.

E as noites, como vão ser? A Carlota que já dormia a noite toda começou a acordar outra vez aos gritos. Ainda pede muito colo e muito mimo e não consigo nem quero negar-lhe isso. Mas em breve terei de dar colo aos dois…

Vou preparando as coisas para o grande dia aos poucos, com muita alegria mas alguma ansiedade, sem dúvida. Gostava de saltar já para a parte em que já estamos os quatro em casa. Em que já está tudo pronto e feito. Em que já estou a amamentar sem dores, em que a Carlota já realizou que tem um irmão.


Resta-me gozar estas últimas semanas a três. Sei que não vale a pena planear nem pensar em como vai ser porque a experiência diz-me que sai tudo ao contrário.




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