Ora finalmente tenho um tempo
para escrever sobre os dias espectaculares que passámos na República
Dominicana.
O meu marido e eu adoramos viajar.
Desde que começámos a ‘andar’ que fazemos pelo menos uma viagem por ano. Já
fomos a imensos sítios (já lá vão muitos anos disto) e sempre que chegamos de
viagem já estamos a pensar no próximo destino. Já viajámos um pouco por todo o
lado: Londres, Amesterdão, Marbella, Roma, Veneza, Florença, Paris, Brasil, Cuba,
México, República Dominicana, Cabo Verde, Singapura, Tailândia, Indonésia… Mais
uns quantos. Uma por ano, no mínimo. Era regra. Claro que todas as regras mudam
depois de termos filhos. Desde que a Carlota nasceu a única viagem que fizemos
foi ao Funchal. Depois vamos sempre adiando os planos de viajar outra vez.
Depois veio o António. Depois, depois, depois…
Até que li o livro “A Viagem”. É
sobre aquela família que deixou tudo, vendeu tudo, para irem viajar pela Ásia
durante 8 meses com os três filhos. Pensei “se eles conseguem viajar 8 meses,
com 3 filhos pela Ásia, nós também conseguimos viajar durante uma semana com
dois filhos”.
Dito e feito. Escolhemos o
destino com base naquilo que procurávamos e precisávamos. Praia, calor, tudo
incluído, sem stress, sem preocupações, com condições para crianças e boa
alimentação. No entanto, queríamos evitar grandes confusões e barulho. Já
conhecíamos Punta Cana e não adorámos. Descobrimos Bayahibe, perto de Punta
Cana. Escolhemos o hotel Iberostar e ainda optámos por fazer um ‘upgrade’ para
Star Prestige. Passo a explicar. Nestes hoteis é muito frequente os clientes
irem reservar as espreguiçadeiras da praia às 6 da manhã e quando lá chegamos
já não há lugar para ninguém. Este upgrade permite o acesso a uma zona da praia
restrita, com espreguiçadeiras e camas balinesas para todos. Ainda temos os
empregados a trazerem-nos bebida e comida a toda a hora. Um serviço 5 estrelas!
Valeu totalmente a pena.
Havia duas coisas que me
assustavam nesta aventura: o vôo de 8 horas com eles e a possibilidade de
alguém se magoar lá e precisar de assistência médica.
O vôo para lá foi uma agradável
surpresa. Foram 7 horas e meia, mais ou menos. Fomos por volta das 14h00.
Serviram um almoço a bordo e a Carlota adormeceu logo a seguir. Dormiu uma
sestinha de uma hora. O António também. Depois foram acordados as outras 6
horas. Mas foi tranquilo. A Carlota foi o tempo todo a brincar com os outros
passageiros, connosco, a ver vídeos no tablet… o António ia dormitando ao meu
colo, acordava para beber leite, ria… Foi mesmo pacífico.
Claro que depois
chegámos cansados ao aeroporto, ainda apanhámos um transfer de 1 hora até ao
hotel e tudo o que queríamos era enfiarmo-nos na cama. Mas ainda há AQUELE
momento que todos os que já estiveram neste tipo de hoteis conhecem. O momento
em que nos trazem aquela bebida estranha e há todo um ritual de boas vindas.
Estamos cansados, não fazemos ideia do que leva a bebida, se o gelo é de água
engarrafada, etc. Vocês sabem, não é? Mas ao mesmo tempo estão aquelas almas de
sorriso na cara, tão felizes a receber-nos. Por mais cansados que estejamos,
temos que colaborar e agradecer!
Lá fizemos o check in. “Ah e tal,
os senhores vão ficar no nosso melhor quarto”. Olááá… estamos a começar bem!
Fomos no carrinho até ao nosso
bloco. António pendurado na mochila, Carlota feliz da vida, pais exaustos. O
quarto era enorme. Tínhamos um quarto com uma mega cama, duas caminhas para
eles, uma casa de banho espectacular, uma sala enorme com casa de jantar e mais
uma casa de banho. Tínhamos ainda uma varanda enorme com vista para o mar pois
o nosso bloco ficava em cima da praia. Espectacular!
Fomos dormir, de rastos, desejosos
que amanhecesse para irmos explorar aquele paraíso.
O dia veio revelar-nos um sítio
único. O hotel está cheio de espaços verdes super bem cuidados, uma vegetação
linda, imensos animais à solta (pavões, cisnes, flamingos…). É lindo! E melhor
que ver isto tudo, é ver a cara dos nossos filhos deslumbrados por verem um
flamingo.
Depois do pequeno almoço lá fomos
para a praia e era tudo aquilo que imaginávamos ou melhor. Areia fina, branca.
Espreguiçadeiras brancas, zonas lounge, tudo branco. Um bar por cima de um deck
de madeira. Palmeiras altas. E o mar. Aquele mar das caraíbas que é um
verdadeiro postal. Água quentinha, azul turquesa. Era tudo o que precisavamos,
tudo o que queríamos. Era melhor do que estavamos à espera. Que gratidão enorme
ao pisar aquela areia, ao entrar dentro de água.
Ver a Carlota a correr pela
praia, a fazer castelos, a rebolar na areia, a dar mergulhos. Ver o António a
pôr os pezinhos na areia pela primeira vez. Aqueles sorrisos deles, meu Deus.
Aqueles sorrisos.
Foi uma semana maravilhosa.
Apanhei sol na pele, coisa que não acontecia desde 2015. Li um livro de quase
400 páginas, acreditam? Numa semana! Comi lindamente, tudo vegetariano e havia
imeeensa oferta. Dei tantos, tantos mergulhos! (ai o meu rico alisamento!)
Quanto aos miúdos, claaaro que
houve birras de vez em quando. É importante manter a rotina básica. Ou seja,
íamos à praia logo de manhã, depois íamos almoçar e depois íamos sempre ao
quarto para eles dormirem a sesta. E dormiam duas horas! Precisavam mesmo. Acordavam
e voltávamos para a praia. Ao fim do dia era banhos e jantar cedo. Às vezes
esta hora era mais caótica. Principalmente para o Antóniozinho que já estava
muito cansado. Mas com paciência tudo se faz. É ignorar algumas coisas, deixar
outras que normalmente não deixamos, tudo para aproveitar ao máximo a semana e
termos alguma paz. Quer comer sem babete, come, não quer estar sentada, quer estar de joelhos, que esteja. Desde
que esteja minimamente alimentada e hidratada, está tudo certo. Desde que não
seja mal criada, tudo OK.
A semana passou a voar e logo já
estávamos de regresso a Portugal. O dia de volta foi um dos piores dias da
minha vida!!! O aeroporto de Punta Cana é um verdadeiro atraso de vida. Muito
duro para quem tem crianças pequenas. Filas e filas para check in, para raio X,
para alfândega. Muito confuso. Há prioridade para quem tem crianças pequenas
mas essas mesmas filas são usadas por passageiros que já estão atrasados para
os seus vôos por isso imaginam o caos.
Foi o dia todo nisto pois o vôo
era à noite. Pensei que eles iam dormir o vôo todo tal era o cansaço. (não
houve oportunidade para sestas) A Carlota foi as primeiras três horas do vôo a
chatear toda a gente, a pedir comida, a gatinhar pelos corredores do avião, a
ir à casa de banho… Depois acabou a bateria e adormeceu no chão. Só acordou em
Lisboa!!
O António… coitadinho… chorou
tanto, tanto, tanto… Ao fim de umas 3/4 horas começa a vomitar. Vomitou tanto,
tanto… Eu levei uma muda de roupa para ele. Mas para mim não. Então fui o vôo
quase todo encharcada de vomitado (desculpem a descrição!). O que vale é que
ele só bebe leite… menos mau. Coitadinho. Ia tão choroso. Não dormiu nada.. Foi
horrível. Eu estava com uma enxaqueca gigante e os meus comprimidos na mala de
porão. Já só via a hora de chegar a casa…
Mas não podemos deixar que um dia
estrague toda uma semana das melhores recordações. Foi tão mas tão bom que
estou desejosa de ir outra vez. Não deixem de viajar porque têm filhos, por
achar que não dá… É tão bom!
Eles surpreendem-nos.
p.s. – se precisarem de dicas
sobre alimentação, utlização dos carrinhos, o que levar na bagagem de mão, etc.
digam! Eu também ia com essas dúvidas J
Olá. Desde já obrigada pela partilha pois nem sempre nos sentimos seguros para fazer uma viagem dessas com crianças pequenas.
ResponderEliminarO meu filho mais velho já tinha 7 anos quando fomos à República Dominicana.
Em Dezembro decidimos voltar mas agora a 4 pois temos um menino que nessa altura terá 2 anos e meio.
Gostava se saber em alimentação como Foi? Com o carrinho de bebê como Foi?
Obrigada desde já
Olá, olá! Quanto a alimentação, com dois anos e meio já comem de tudo. É a idade da minha filha mais velha. Havia sopa, peixinho grelhado, carnes, purê, arroz, pizza, massas, fruta... ao pequeno almoço comia iogurte, bolachinhas de aveia, queijo e às vezes, bolo! Quanto ao carrinho é indispensável! Mesmo que eles já andem dá imenso jeito. Principalmente nos aeroportos! Levei sempre o carrinho até a porta do avião e depois levantava no tapete das bagagens. :)
ResponderEliminarMtos parabéns pelo testemunho, estamos a pensar fazer a 1a viagem a 4 (2 crianças que actiamente têm quase 11 anos e ano e meio) e o que ponderamos é mm o tempo de voo.
ResponderEliminarA busca do destino é semelhante, praia, sol, relax, estamos inclinados para cabo verde.... depois conto.
Beijinhos
Olá Marta,
ResponderEliminarMuito obrigada pela descrição!
Podia falar mais sobre a alimentação no hotel e como fez nos vôos?
A alergia que a Carlota tinha ao ovo já passou? Caso contrário como controlou a alimentação lá?
Obrigada <3
Olá Maria! No hotel, era regime tudo incluído e havia imensa oferta. Desde grelhados (carne e peixe), massas, imeeensos legumes e saladas. Também havia sempre duas sopas por dia. No avião, levei o leite para o António (em pó) e para a Carlota levei umas embalagens daquela fruta batida, bolachas de milho e umas bolachinhas de chocolate. Ela já come de tudo por isso comeu a refeição que serviram a bordo. Quanto ao ovo, felizmente, a alergia já passou. Por isso, não houve qualquer preocupação. Caso ainda fosse alérgica era manter-me longe dos ovos ao pequeno-almoço, alguns bolos, etc. De resto era tranquilo :) Beijinhos!
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