sexta-feira, 20 de abril de 2018

Necessidade de mudança - parte 1

Quando decidi deixar o meu emprego há quase 4 anos, fi-lo para me dedicar à criação de um negócio próprio. Organizar eventos sempre foi algo que me deu muito gozo. Adoro procurar espaços com condições para receber este ou aquele evento. Ver as áreas e começar a delinear como tudo ficaria montado. Onde se colocaria cada mesa, cada cadeira, cada coluna de som, palco, projectores. Ou, por outro lado, como seria a entrada da noiva, a primeira dança dos noivos, as surpresas dos padrinhos. É uma área que adoro e que exige muito de nós. 

No mês em que me despedi do meu emprego, engravidei da Carlota. Uma enorme surpresa, uma enorme benção. Não mudaria uma vírgula nessa história.

Com a Carlota na barriga ainda coordenei um evento de cerca de 2.000 pessoas. Depois outro de clientes estrangeiros. Um casamento... quando a Carlota tinha menos de dois meses veio comigo ao seu primeiro casamento. Tudo tinha que correr bem. Eu tinha que estar lá. E ela também.
Em casa, com ela, foi muito difícil conciliar o trabalho, a casa e ela. Nunca foi um bebé fácil. Não dormia mais que 20/30 minutos seguidos. Construir uma proposta de raiz para enviar aos clientes era difícil. Por mais que eu tentasse faltava-me concentração. Mas lá ia fazendo as coisas. 

Com 10 meses a Carlota foi para a escola. Ganhei mais tempo para mim e para os eventos. Mudei a imagem da página, investi em novas formas de chegar aos clientes e fui tendo cada vez mais trabalho. 

Passado 6 meses, engravidei do António. Fiquei tão feliz por saber que ia ter mais um bebé! E estava decidida a continuar a trabalhar. Só que a gravidez do António não foi tão tranquila como a da Carlota. Apanhei um susto logo no princípio e tive que ficar de repouso uns dias. Depois apanhei uma gastroenterite muito forte que me atirou para o hospital. No fim apanhei novamente um susto pois não o sentia mexer. Entre estes obstáculos fui organizando alguns eventos dentro dos possíveis. Apesar de tudo foi o ano que até correu melhor, monetariamente falando. 

O António nasceu e de repente sou mãe de uma menina ainda bebé de dois anos e um recém-nascido. Por mais vontade, por mais paixão que eu tivesse pelos meus eventos, faltava-me força. Faltava-me força e disponibilidade mental.

Nos primeiros dois meses de vida do António houve uma pequena suspeita de surdez. Um mês antes dele nascer descobri que a Carlota tinha epilepsia de ausência que basicamente são uns episódios raros em que ela simplesmente não está cá durante 3/5 segundos. Foram choques muito duros para uma mãe ainda toda hormonal. No meio disto tudo tive dois ataques de ansiedade que me levaram ao hospital. Tive mesmo que parar e dar atenção às minhas prioridades, os meus filhos e a minha saúde. O António, depois de uma série de exames, está óptimo e graças a Deus, ouve bem. A Carlota tem estado medicada e com boa evolução, a tendência é que isto desapareça. E eu também comecei a cuidar mais de mim para estar em condições físicas e emocionais de cuidar daquilo que é mais precioso, os meus filhos.

O António em breve vai para a escola. Eu, em breve, vou voltar a trabalhar. Mas não será a fazer eventos. Para isso ainda não me sinto preparada. Darei novidades em breve. 

1 comentário:

  1. Olá,
    Já há tanto tempo que não vinha aqui. Ter filhos é maravilhoso, mas quando a nossa saúde falta, precisamos mesmo de nos focar no que é essencial. Espero que tudo melhore por esses lados...
    Por cá, também nos vamos aguentando entre altos e baixos. Mas, o mais importante é estarmos firmes e fortes para enfrentar cada desafio por eles, por nós. Um beijinho grande e tudo de bom <3

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