terça-feira, 25 de junho de 2019

Mae a tempo inteiro

São tantas mas tantas as vezes em que me apetece atirar-me de cabeça de volta aos eventos e aos casamentos. Este fim-de-semana fomos ao casamento da minha cunhada, Vera, e fiquei cheia de vontade de voltar. É, sem dúvida, aquilo que mais gosto de fazer. Pegar numa ideia, num sonho e vê-la ganhar forma num dia perfeito. Quero muito voltar a fazer parte desta área mas sei que ainda não é o momento. 

Tenho a possibilidade de ir buscar os meus filhos cedo, perto das 16h00 e levá-los à natação, à equitação e ao ténis. Posso ir buscar a Carlota à escola antes do almoço e levá-la ao cinema, só porque sim. Ou ir buscar os dois para um mergulho na praia ou um passeio no parque (se o tempo deixar). Passo tempo com eles que, se trabalhasse em eventos ou noutra área, sei que não conseguia passar. Quando um deles (ou os dois) fica doente podem ficar em casa no mimo da mãe sem que eu tenha que meter dias de férias ou descontar no ordenado. Gosto de ter esta disponibilidade para eles Foi uma escolha que fizemos e que acreditamos ser o melhor para a nossa família nesta fase. Mas os dias são solitários, confesso. São passados entre super mercado, farmácia, assuntos da casa e ginásio de vez em quando. Não há conversas com adultos, não há a adrenalina de um 'deadline', o orgulho de ver uma campanha na rua ou um projecto acabado. Não há aquele sentimento de conquista, de progressão na carreira, de independência. Há preocupações na mesma, há birras (muitas), há exaustão na mesma, noites mal dormidas (ainda), organização, frustração e dúvida. Mas depois há aqueles momentos como o momento em que pergunto à Carlota o que é que ela quer ser quando for grande e ela responde "Mãe!". É nesses momentos que eu respiro fundo e penso, 'OK. Estou a fazer isto bem e não sou menos por ter posto a minha carreira (se é que eu tinha uma) de lado.' 

Também já tentei ter um trabalho com um horário mais 'soft', controlado por mim, ao meu ritmo. Mas sinceramente... quem dita o meu ritmo não sou eu, são os pequeninos cá de casa. No Inverno passado estive sempre com um deles doente. Uma semana era um, outra semana era outro. Como é que eu conseguia manter um trabalho assim? Ou falhava com eles ou falhava com os meus clientes. E eu não gosto de fazer as coisas a 50%. 

Sei perfeitamente que muita gente não tem sequer opção de escolha. Que tanto pai e mãe têm que trabalhar, que é impossível um deles não o fazer. Sei que tenho uma sorte imensa e agradeço todos os dias por isso.


Por enquanto, não sou Responsável de Marketing...
nem Wedding Planner...
Sou "só" Mãe :)



1 comentário:

  1. Deve ser muito bom ter essa liberdade. Eu gosto de trabalhar e gosto do que faço mas sinto que ando sempre numa correria para conseguir dar conta da trabalho e da casa e das miúdas, é uma canseira!! Bjs

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